ENTREVISTA AO VIVO NA
RÁDIO EDUCATIVA
Entrevistado - DR. MATHEUS MARIM
Entrevistador - NICOLUCCI
Janeiro/2008
Parte 2

Nicolucci
Bem! nove horas e dez minutos, para você que sintonizou a Rádio neste instante, Homeopatia é o tema da entrevista de hoje, no Saúde a Cidadania.

Sobre este assunto, nos estamos com o Dr. Matheus Marim, nos nossos estúdios, e num primeiro momento nos deu um posicionamento, a diferença entre a Homeopatia e a Alopatia. Abordou também em que se consiste a Homeopatia e qual a base dos medicamentos, abordou sobre os estudos dos medicamentos homeopáticos e quais os casos em que as pessoas também podem procurar, optar pelo tratamento homeopático.

Agora Dr. Matheus, é verdade que muitas pessoas que procuram pela homeopatia passam por um período de crise da doença depois a melhora, como que é isso na prática ?


Dr. Matheus
Perfeito! Isso realmente acontece. E porque que isso acontece? Vamos dar por exemplo, um exemplo: esse quadro da crise asmática que nós estávamos falando, até os dois anos de idade a criança vai bem, dos dois anos nasce o irmãozinho, começa a aparecer uma crise asmática, que é tratada no sentido da sua supressão que não é atendido homeopaticamente, ali pelos doze, quatorze anos de idade, pode desaparecer essa crise asmática as vezes naturalmente, mas, aquela condição emocional, persistindo, desaparece uma patologia assim mais superficial e começa a aparecer uma outra patologia mais profunda, vamos supor um quadro de dores articulares, ou mesmo um quadro de uma enxaqueca, ou começam a aparecer quadros convulsivos e assim por diante. Então a medida que a pessoa vai tratando-se em cada uma das suas doenças, essas doenças vão desaparecendo entre aspas, mas aquele organismo não tendo resolvido aquela situação inicial, ele vai buscar patologias cada vez mais profundas. É muito simples, se hoje nós pegarmos uma pessoa com sessenta anos de idade com hipertensão, diabetes, excesso de peso, etc..., e estudarmos a vida dessa pessoa, nos vamos ver que aqueles momentos iniciais, aqueles núcleos que a desarmonizaram no início da sua vida na sua infância, permanecem até hoje fazendo com que a pessoa fique cada vez mais doente, no momento em que uma pessoa dessa busca, um doente nessas condições busca o tratamento homeopático, o que é que vai acontecer, o tratamento homeopático busca resolver aquela situação inicial, então estudando-se a vida da pessoa, por exemplo; nós perceberemos que sempre em situações de ciúmes, ou situações de perda, essa pessoa desenvolveu um quadro diferente, então por exemplo, como adulto jovem diante de uma situação de ciúme ou perda, começa a comer mais, depois mais para frente também diante de uma situação de perda, pode ser um emprego, um emocional que seja, começa a desenvolver uma hipertensão, depois começa a desenvolver um diabetes, e assim vai. No momento em que nós começamos a atender essa pessoa, por exemplo, aos sessenta anos de idade, o que é que nós fazemos, nós não estamos mais nos dirigindo às doenças daquela pessoa, mas, àquela pessoa. Nós dizemos que, com o trabalho homeopático, nós devolvemos o poder ao organismo, então o organismo começa a voltar para trás, ou seja, não só ele piora, por exemplo, uma condição hipertensiva, uma pessoa por exemplo que está ai controlada com anti-hipertensivos, e mantém a sua pressão quinze por nove vamos supor, no início do tratamento homeopático, mesmo tomando medicamento alopático, a pressão sobe um pouco, por que? porque nesse momento é que o organismo está tratando aquela situação, depois disso a pressão começa a cair, e consegue-se retirar a substância anti-hipertensiva. Depois disso, por exemplo, o diabetes que aquela pessoa é portadora, piora um pouquinho também, se ela esta numa glicemia, vamos supor, de cento e vinte, cento e trinta, vai para cento e oitenta, cento e noventa, permanece assim durante mais ou menos uns vinte dias, trinta dias e depois volta ao normal, a um ponto melhor do que o anterior. Então, isso significa o que ? Que esse sistema está trabalhando cada um daqueles pontos de doença, cada um daqueles pontos nos quais ele adoeceu, então por isso esse processo de agravação, que é um processo necessário na evolução do tratamento homeopático onde nós chegamos inclusive, às amidalites de infância, pessoas que por exemplo operaram o apêndice a vinte, trinta anos atrás, têm uma dor no local do apêndice como se o apêndice estivesse inflamado. Por que? Porque todas as memórias são retomadas no sentido de desativar o sistema em relação àquele ponto inicial que fez com que o sistema ficasse doente, por exemplo, aquele ciúme, aquela perda que aconteceu aí aos dois anos de idade.

Nicolucci
Bem! O senhor a pouco mencionou a questão da criança, eu lhe pergunto:
Existe um tempo considerado favorável ao início do tratamento homeopático doutor ?
O ideal é a partir dos dois anos ?

Dr. Matheus
Não. O ideal é a partir da gestação, tratando a mãe, porque nós sabemos que todas as gestações, as gestações não são simples, as gestações são traumáticas, muitas vezes envoltas em muitos problemas emocionais da mãe, o mundo em que nós vivemos hoje em dia, faz com que a gestante seja submetida a uma tensão muito grande, tensão do trabalho, tensão de informações, então com isso, a criança já começa a sofrer, nós dizemos e detectamos isso na clínica, que na realidade, já no ventre materno, as primeiras estruturas que vão fazer essa criança sofrer já começam a aparecer. Então o ideal é nós começarmos mesmo na gestação e depois que as crianças nascerem, quer dizer então, a criança responde muito bem ao trabalho homeopático, primeiro porque o sistema ainda está todo ele não muito tocado não muito mexido. E a energia da criança é uma energia muito boa, a energia vital da criança é muito mais forte do que a energia vital do adulto. E a criança, é muito importante que seja tratada com medicamentos homeopáticos, principalmente nos quadros agudos, as pessoas dizem assim; não! a homeopatia é um trabalho muito lento, demora muito, numa hora que uma criança está com alguma febre, por exemplo, é melhor dar um anti-térmico, e assim por diante, absolutamente, não é nada disso, a homeopatia é rápida também nos quadros agudos, apenas que o homeopata tem uma conduta diferente dos quadros agudos, do que a alopatia, por exemplo; uma criança que vai ao shopping center, quer um brinquedo, o pai não compra, vai para casa berrando, gritando, etc, etc, a noite ela faz uma temperatura de quarenta graus, no dia seguinte está com uma dor de ouvido, o que é que se faz, abaixa-se a temperatura, dá-se um antibiótico para melhorar o processo inflamatório do ouvido e assim por diante, e aquela situação, aquele não querer, aquela situação de contrariedade pela qual ela passou, não ficou resolvida com isso. No trabalho homeopático é diferente, nós respeitamos a febre, por que? a febre é a maneira pela qual aquele organismo está fazendo a defesa naquele momento, e está adequando o organismo àquela situação daquela contrariedade pela qual a criança passou. Aquele ouvido, por exemplo, está doente, por que? porque o não, entrou pelo ouvido, quer dizer então, essa é a chamada anatomia ideacional, porque que ficou doente aquele ouvido, pelo não recebido naquele momento, pela contrariedade, isso é muito forte para a criança, é uma sensação de não ser amada, de não ser querida, a coloca num estado assim de muita agressividade em relação ao adulto, e o que é que faz o sistema, quer dizer, o nosso sistema, nosso organismo é um sistema inteligente, no momento em que ele é submetido a uma situação desse tipo, que é uma situação muito agressiva do ponto de vista emocional, o sistema imediatamente mobiliza-se para minimizar isso e fazer com que o quadro emocional seja protegido, que a emoção seja protegida, então essa criança vai passar por essa situação, sob o tratamento homeopático ela terá febre, a dor de ouvido vai melhorar rapidamente também, mas ela principalmente, estará sendo tratada neste seu processo de sua contrariedade. Na próxima vez que ela for ao shopping pedir um brinquedo ao pai e o pai disser não a ela, ela receberá isso muito melhor, poderá ai chegar em casa fazer uma febre, uma pequena crise de irritabilidade, mas assim vai passando, então é esse respeito pelo sistema, esse respeito pelo organismo que a homeopatia tem. Porque o que a homeopatia faz? A homeopatia não vai contra a doença da pessoa, ela vai a favor da pessoa no sentido dela completar aquela doença para cumprir com a intencionalidade que aquela doença tem, que é resolver aquela situação difícil do ponto de vista afetivo, à qual aquela criança foi submetida.

Nicolucci
Busca o controle emocional.

Dr. Matheus
Exatamente, a objetivação é exatamente o controle emocional.
E voltando um pouquinho a esses quadros agudos que as pessoas dizem que a homeopatia só funcionam nos quadros crônicos, não, nós temos tido muito êxito com a aplicação da Homeopatia em unidades de terapia intensiva, nós temos algumas unidades de terapia intensiva que permitem o trabalho homeopático, que os plantonistas que os intensivistas permitem o trabalho homeopático, e qual é o resultado, é de que os pacientes sob terapia intensiva, mesmo tomando todas aquelas drogas alopáticas, no momento em que, a medicação homeopática começa a ser prescrita, esses pacientes apresentam uma melhora substancial, por que? porque o organismo está sendo atendido naquilo que ele precisa fazer, ou seja, ele deixa de ser bloqueado, e a ação é tão instantânea, que nos aparelhos de controle que nós temos nas unidades de terapia intensiva, um desses aparelhos é a medida da pressão de oxigênio no sistema, imediatamente aumenta no momento em que o medicamento homeopático toca a superfície do corpo dessa pessoa, mostrando que o tempo de ação do medicamento homeopático, ele é rapidíssimo, ele é uma informação e a partir dessa informação o sistema inicia o seu trabalho no sentido da sua reestrutuação da sua recomposição.