Autor: Prof. Dr. Eduardo Kaufmann
Hahnemann, o genial médico alemão, em 1810 marcou o início da
HOMEOPATIA quando publicou seu - Organon da Arte de Curar -.
Na realidade o que Hahnemann fez ao operacionalizar o principio da
similitude, foi estabelecer uma nova concepção da medicina.
Atualmente temos um conhecimento exato do metabolismo do cálcio e do
fósforo; das transformações das gorduras, açucares e proteínas dentro de
organismo; do mecanismo intimo dos sonhos; já começamos a utilizar a
terapia genética; e os avanços da física como as ecografias, tomografias
computadorizadas, ressonância nuclear magnética etc., mas esses avanços
todos apenas nos aproximam da pessoa humana, sem conseguirmos abordá-la
como uma totalidade integrada.
Paul Tournier, prestigiado médico suiço não homeopata, diz em seu livro
- Mitos e Neuroses -:
- só estaremos verdadeiramente satisfeitos quando a medicina nos
permitir compreender porque uma mesma enfermidade se manifesta às vezes
apenas por sintomas físicos outras vezes apenas por sintomas mentais e
muitas vezes por sintomas físicos e psíquicos ao mesmo tempo. Não é uma
observação prática que em numerosos casos uma melhoria física acompanha
uma agravação psíquica ? ou ao contrário, como se o mal se expressasse
alternativamente de uma forma ou de outra ? -.
Sem dúvida a HOMEOPATIA, que não atua sobre os sintomas exteriores da
enfermidade mas sim sobre as suas causas e integrando em sua concepção
terapêutica a todo o individuo, trabalha desde a muito tempo para fazer
uma verdadeira medicina do sujeito. Assim, na grande maioria dos casos a
asma bronquica e a ulcera gástrica são enfermidades onde estão
comprometidas as nossas emoções e não os bronquios ou o estomago, que
atuam apenas como manifestações externas desse desequilibrio emocional.
O mesmo pode-se dizer das erupções da pele, dos reumatismos, e de todas
as outras enfermidades que temos rotuladas hoje em dia.
Não podemos continuar tratando órgãos isolados. Não podemos preocuparmos
apenas com a evolução das dores de coluna de uma pessoa, das hemorróidas
de outra, das amidalas de uma terceira, como se tais órgãos vivessem e
sofressem isoladamente, como se a causa, o desenvolvimento e o fim
dessas enfermidades estivessem apenas nesses compartimentos das pessoas.
Portanto, apenas uma medicina que tenha em conta que o homem não é um
conjunto de peças reunidas como em um quebra cabeças para armar, mas
sim, uma verdadeira maravilha quando está física e psiquicamente
equilibrado e em harmonia com seu meio, pode conferir real valor à tão
propagada frase de Hipócrates, o Pai da Medicina:
- Não há doenças, mas doentes -.
Texto adaptado para a BVS-Ho. por Dr. Matheus Marim
Revista Homeopatia para Todos, AMHA, Argentina, n. 1, Ano 1, Abril-1994
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